terça-feira, 3 de maio de 2011

O cinema na Europa

(De São Paulo) - A morte de Eisenstein vem produzir possivelmente um vácuo na grande produção que a tela russa inaugurou há muitos anos com o Couraçado Potenkim e outras grandes composições soviéticas. Em compensação surge, num aspecto diverso, menos político e mais dramático e humano o novo cinema da Itália. Poucas vezes se teria assistido a um êxito tão pronto, ocasionado sobretudo pela qualidade inesperada dos artistas, ontem completamente desconhecidos e anônimos. O nome de Aldo Fabrizi - o padre de "Roma, cidade aberta" - está hoje colocado entre os dos melhores artistas da tela mundial.
Depois, justamente, desse documento da resistência popular italiana, aparece ele numa página do campo peninsular, entre fugitivos aliados e nazistas tremendos, com sua cara bonachona e larga, evocando gente secular que Silone fixou em páginas imortais. Uma idéia - por que ao lado de Dario Nicodemi, que se anuncia, não se filma outra jóia anti-fascista que é Fontamara?
Oswald de Andrade
Obras Completas - Telefonema

Nenhum comentário:

Postar um comentário